terça-feira, junho 28, 2005

Pássaro mudo

Sou pássaro mudo,
que voa livre do mundo,
às vezes choca nas estrelas,
grita na alma poemas,
vive ao segundo
Sou pássaro livre
Sou pássaro mudo
de asas azuis
de asas de verdade
Alma de sal puro
grito no silêncio ao mundo
Olhar rasgado
vê lá no fundo,
além do mar,
além da terra,
além do fogo,
Pra lá dos teus olhos,
além da bruma,
onde tocam as harpas
onde se contam histórias,
do que foi,do que é,
do que será...
Sou pássaro livre
Sou pássaro mudo
Estou na posse de mim,
Estou na posse de tudo.
Sou a fénix das dores
Sou fénix de mil cores,
Cor de camaleão
Mas grito ao mundo
na noite universal,
nos tambores do coração
no silêncio do espiríto,grito
Grito por ir mais além
do mal e do bem...
Depois do horizonte longínquo
onde todos são livres
onde não se importam
de cantar em silêncio...
Onde somos pássaros livres,
Onde somos pássaros mudos,
Onde somos donos do mundo
Donos de nós!

Zianne

Fortress of tears

I wanna vanish all the way
I wanna vanish in the wind
die with the wind,
I wanna feel the silence
and protection of thy arms...
I wanna feel the deepness of your skin...
I'm a fortress of tears,
I don't want to be criticized
I'm a fortress of tears,
I don't wanna hear more lies
I only want you to wrap me
with your silk around my heart
and tell me that I have to fear nothing
and nothing must I show
cause you feel me the way I am.
I only want a desert and lost island
where we could be lost and never come,
where you could show me the name
that can't be pronounced...
Where I can be sad,
without anybody ask me anything...
I'm a fortress of tears
I'm so cold,
I'm so vulnerable,
I'm a lonely island,I'm a lonely island,I'm a lonely island
I'm a fortress of tears.

zianne

segunda-feira, junho 27, 2005

Máquina

A manhã acordou sem um suspiro de ti
mais um dia a comtemplar
as minhas pernas cansadas
que caminham por ruas e bêcos
sítios vulgares de gente vulgar,
que vulgariza a vida,
como se a vida fosse a coisa
mais vulgar de um mundo
vulgarizante...
O meu olhar fica espantado
com cada movimento dos estranhos,
com a hábil destreza em que lideram
a similitude dos dias,
imperturbados,
pela imerturbável rotina,
e ritmo acelarado de corações fracos
que entretanto não lideram nada,
como máquinas a vapor,
de uma máquina maior,
de indústria em concorrência,
uma máquina que não se chama amor...
Mas que se chama então?
Se nao escolhemos participar nela com o coração?
Outra palavra vulgar de um mundo vulgarizante,
que se vulgarizou,
vendida a qualquer preço,
nas ruas e bêcos perdidos
em que não te achas,
em que se chamam perdidos
os nomes de um Deus velado,
em que se deixou de acreditar,
porque não tinha o nome adequado,
cujo nome se vulgarizou,
se vendeu por uma ideia comprada
por um poder terreno,
quando não te achou,
quando não te compreendeu,
quando não te envolveu,
quando em ti chorou e através de ti venceu.

Zianne

Ilha deserta

Quero desaparecer
entre as linhas do destino
que se entretecem e me entristecem
quero desaparecer
quando a força de Thanatos
é mais forte
quando não nos abraçamos
contra a morte
eu quero desaparecer
desaparecer no vento
sem a protecção de teus braços
sou uma refém desamparada
que desampara os corações
novelos de carne errada
que se vão enrolando
nas minhas mãos
mãos em que me perco
em linhas imensas
que deslizam na tua espinha
mãos que lutam por ti
mesmo nuas
mãos de velha
sem ilha deserta,
sou a minha ilha deserta
ainda não descoberta
que enviou garrafa
para boiar pelos 7 mares
até à tua ilha chegar
para me encontrares.

Zianne

sexta-feira, junho 24, 2005

Os meus anjos

Os anjos que habitam em mim
estão apaixonados outra vez
são cândidos, luminosos
brancos, ambarinos
seres de luz e sombra.
E o seu amor,quando se funde
transforma-se em borboletas
que voam coloridas
através do mesmo compasso errante...
Batem asas para explodir em luz
os seus lábios procuram-se
tão desejosos e inocentes
os meus anjos tão bonitos,
tão brancos e tão escuros,
tão apaixonados estão meus anjos,
a dormir sobre as pedras duras,
que me fazem chorar perante uma flor
e rir, dançar e cantar à chuva...
já que o sol está dentro de mim...
Que ternura vem dos meus anjos
que nem pó de lua e rosa azul com orvalho
conseguem ser tão luminosos...

zianne

terça-feira, junho 21, 2005

Quando dou à noite

Quando dou à noite
o meu amor não consumido
quando navego num barco fingido
mascarado de sonhos
quando espalho a vastidão do meu desejo
por mil luas,
quando abro as pernas nuas,
essa é a vastidão do meu desejo
que os teus olhos me cubram
que a tua mente me alcançe
e o teu corpo me envolva,
e talvez assim me compreendas,
quando as palavras se esqueçem,
e o que me mostras desaparece,
com as perenes rosas murchas,
quando dou à noite.

Zianne

segunda-feira, junho 20, 2005

Árvores

As árvores no monte lá longe
parecem prestes a cair
sobre as nossas cabeças,
mas estão presas à terra,
porque teem raízes
e assim não caem
teem que ser cortadas para cair,
só assim elas caem.
Um espírito forte está enraizado
numa larga base,
e por isso poderá crescer ,
com vários ramos, para o alto, para os lados
e os ramos não se partirão.
Um espiríto fraco, tem raízes frágeis ,
semeadas numa base ingreme, não cultivada,
essa árvore quando cresce demais quebra-se
pois as raízes não teem força
para suportar o peso dos ramos.
O espírito só pode viajar quando ferirem a árvore de morte.
O espírito é como um fogo que se consome ao longo do tempo,
conforme o vento...
E a salvo da morte está uma só coisa.

Zianne

Liberdade II

Só encontramos quando desistimos
as coisas mais bonita
as coisas mais feias
as coisas mais simples
as coisas mais importantes
Só achamos quando perdemos
não perdemos porque queremos
não achamos porque controlamos.
Quando se está livre experimenta-se o eterno
e o intemporal e deixa-se espaço para o amor entrar
quando deixamos de pensar na palavra,
e começamos a sentir.

zianne

Música

A luz navega com rapidez entre os mundos
como a voz chega aos ouvidos
e envolve o ar ,vibrando no coração
e apercebo-me que as pessoas são como música
umas quanto mais ouvimos mais gostamos
outras quanto mais ouvimos mais nos fartamos
e cada música é diferente,
embora existam ritmos parecidos,
não há dois iguais...
cada suspiro é um suspiro,
cada grito é um grito,
a não ser que consumam o mundo com um só folêgo.

Zianme

Luz

Há um silêncio que quebra e une mundos
O silêncio de quando estamos juntos
um silêncio que faz a noite cair,
um silêncio em forma de música
num feixe de luz
por uma floresta amarga
e no segundo que dura,
esse feixe de luz é tudo.

Zianne

O meu lar

o meu lar é étereo
ou feito do sangue que pulsa do coração
nasce do nada, no nada se envolve
murmura sozinho
no calor e no frio, quando busca caminhos
e fica preso em encruzilhadas ou maldições
as pegadas são escaças
os caminhos tortuosos e perigosos
as luzes de fogo-fátuos
vão morrendo pelo caminho,
o mapa perdeu-se,
quando viajou numa garrafa a caminho do mar
por isso o meu lar é étereo,
mora numa casa na árvore, numa cabana ou gruta
mora em ti,
mora nos poetas e nas noites de luar
mora nos cheiros de suor e de flores
mora no sexo dos amantes,
mora nas estrelas e planetas longínquos
mora nos frutos silvestres
mora na luz que entra pela copa das árvores adentro
mora no vento que foge entre montanhas
mora no paladar de um beijo molhado
mora num corpo nu abandonado,
mora nos gritos dos indígenas,
mora no cantar dos pássaros e anjos,
mora na memória dos tempos
e nos tempos eternos sem memória.

Zianne
Coração azul, ninfa sumida
És tu em rosa renascida
Música triste, pérola que rebola
Nos meus dedos,
Brilho fugidio, coração de leão
Voa com as tuas asas,
Para um novo amanhecer
e uma velha escuridão
Olhas em azul, asas brancas
Olhas para terras longínquas
Olhas para as tuas esperanças
Viajo no teu dorso
E abraço as costas macias
Quando dispo o lençol de ternura
Que nelas existe,
Em ti e por ti...
Neon da grande cidade,
Anoitecer das grutas,
Lua nova, Lua cheia, sol de Icaro
Que me fazes voar
Para onde ainda não sonhei,
Para o azul cerrado do amanhã
Fechado perante nós e nossos olhos...
Por ti eu vou...

Zianne
wishes in the mirror ,in the sand
wishes form ashes
wishes from lust
wishes in between and above
apetite for destruction
apetite for love
where are you fallen angel?
Where are thy gates of dusk?
Where are the windows of sky ?
Where is the scar of doom?
An áit a bhuil do chroí is ann a thabharfas do chosa thú.
At the shimering blades of dawn
You will give me the first kiss of wisdom.

Zianne

Empty sky of twilight

Empty sky of twilight
where I lost my dreams and visions
where someone call me blue rose
and I didn't heard
empty sky of twilight
it didn't give me love, it didn't give me might
empty sky of twilight
the time for crying is tonight
empty sky of twilight
my love is spread all around
my love is a stardust cloud
empty sky of twilight
I'm full of proud
cause my nights are allways diferent
and I wake up everyday
to face the new suns of the world
I wake up every day as a child
to run between prisioneers
and hide in the forest
wherein I call Thy name
I am Zero
and I am one
and I am two
Empty sky of twilight
Nuit is your bride...
Empty sky of twilight
I'm full of stars and full of sunshine.

Zianne

Casa da árvore

E morar numa árvore encantada
onde as borboletas voam sem chatear
e morar numa cabana na praia,
enrolados junto ao mar,
e ver o simples cada dia e não o complicar,
Fazer uma prece ao sol e à lua
por se amarem às escondidas
despirmo-nos à noite na alma,amando as feras perdidas
vestirmo-nos de manhã na nossa ternura,
onde a ternura já não tem lugar,
com a alegria de um rebento que nasce
da Terra e para a Terra,
quando à Terra há-de voltar.

zianne