segunda-feira, junho 27, 2005

Ilha deserta

Quero desaparecer
entre as linhas do destino
que se entretecem e me entristecem
quero desaparecer
quando a força de Thanatos
é mais forte
quando não nos abraçamos
contra a morte
eu quero desaparecer
desaparecer no vento
sem a protecção de teus braços
sou uma refém desamparada
que desampara os corações
novelos de carne errada
que se vão enrolando
nas minhas mãos
mãos em que me perco
em linhas imensas
que deslizam na tua espinha
mãos que lutam por ti
mesmo nuas
mãos de velha
sem ilha deserta,
sou a minha ilha deserta
ainda não descoberta
que enviou garrafa
para boiar pelos 7 mares
até à tua ilha chegar
para me encontrares.

Zianne