segunda-feira, maio 30, 2005

Olhos escuros

Uma cadeira virada para a lua,
A nossa história que já dança nua,
Velas apagadas,
Suspiros de papel,
Dois rostos sozinhos,
Uma melodia abandonada, inacabada.
Palácios de cristal feitos no ar,
Um Eros que teima em esconder.
Uma Psyche curiosa,
Que fixa a lua da noite,
Onde planetas à deriva navegam nas órbitas...
E os olhos são um mar revoltado,
Um mar salgado,
Excitação conturbada,
Na tua calma celestial e fria,
Como um tigre branco,
que eu afago com os olhos,
na palidez da lua em que me escondo
em que me deixo de ver,
de fazer sentido,
de existir,
nesses olhos bem escuros.


zianne