segunda-feira, maio 30, 2005

Domino

Rosa negra, rosa branca,
Bem me quer, mal me quer
domino das nossas vidas
Rosa branca, rosa preta
Bem me quer, mal me Quer,
beijo sim, beijo não
Um sono profundo,
que não quer acordar,
um sorriso rasgado, um olhar meigo
balança entre o bem me quer
e o mal me quer
rosa negra, rosa branca
vocês ficam bem nas nossas mãos
pousadas, cruzadas no peito
A rosa branca repousa no seio,
A rosa negra nos teus lábios.
Mal me quer ou bem me quer
Princípe de violência
Amarrada, escravo de sorriso parado
Olhos meigos e quietos brincam
Nas minhas rosas abertas...
Beijo sim, beijo não
Abro a rosa, abro o segredo,
Ou fecho o alçapão?

zianne

Olhos escuros

Uma cadeira virada para a lua,
A nossa história que já dança nua,
Velas apagadas,
Suspiros de papel,
Dois rostos sozinhos,
Uma melodia abandonada, inacabada.
Palácios de cristal feitos no ar,
Um Eros que teima em esconder.
Uma Psyche curiosa,
Que fixa a lua da noite,
Onde planetas à deriva navegam nas órbitas...
E os olhos são um mar revoltado,
Um mar salgado,
Excitação conturbada,
Na tua calma celestial e fria,
Como um tigre branco,
que eu afago com os olhos,
na palidez da lua em que me escondo
em que me deixo de ver,
de fazer sentido,
de existir,
nesses olhos bem escuros.


zianne

Desculpa

Desculpa se te roubei uma asa,
Sem pedir autorização,
Desculpa e primeiro te agarrei
E tirei o pó mágico das asas
E deixas-te de voar,
Desculpa se sonho de mais
E os meus sonhos são bolas de sabão.
Desculpa se sou eu, e queres outra.
Desculpa se te amo
E se te acho o ser mais lindo,
Deste mundo pequenino.
Desculpa se sou só o ar da noite,
Sem cheiro e sem música,
Desculpa se me falta coragem para te assombrar de dia,
Desculpa se quero mais do que me podes dar
Desculpa se vou mordendo as tuas pétalas,
E roubando a tua delicadeza...
Desculpa se me vou entranhando nas tuas ruínas
Desculpa se não te queres dar a mim
E eu te quero roubar uma asa
Se habito nas casas do amanhã
E tu estás para sempre no Hoje
Desculpa se tu és a música que me acorda de manhã
Desculpa-me quando a minha mariposa sem asa
For procurar as tuas...
E perdoa-me se sou tua
E tu já estás a transbordar.

zianne

Anjos

Um anjo olha para mim,
Um anjo olha para ti,
Um anjo olha para a porta do caminho da Terra,
E um anjo olha para a porta do caminho da Água,
Um anjo tem a asa da borboleta,
E um anjo tem a asa do corvo,
Andamos aqui a voar com uma só asa,
Perdidos e achados...
Os anjos suportam os reinos e os elementos,
Vou mordiscando a rosa,
Suspirando ao teu ouvido,
Queimando folhas de papel,
E anos de solidão,
Molhando lágrimas secas...
O meu anjo bate-te à porta,
E tu dizes que não estás,
O teu anjo chora sozinho
E é iludido por uma beleza etérea,
Que se desvanece na meia-noite...
As luzes da grande cidade
Apelam pela arrogância
Que cresce do teu esconderijo
O teu sorriso mentiroso
Arranha-me na luminosidade fingida dos dias,
Dias que perco, perdendo-me em ti
Quando o teu anjo espreita à minha porta...

zianne

A negação do eros

A rosa que se fecha no coração,
O meu eros renegado,
A falta de coragem para viver o presente,
O rosto sem olhos, o amor cego,
Que mendiga por estas palavras.
Não. O tempo não marcou,
O mesmo compasso nos nossos corações...
Uma melodia surgiria triufante,
Como o voar de uma águia,
Se juntos beijassemos a lua...
Mas a águia não voou.
Antes vieram abutres,
Para consumir o que de mim restava...
Tu não disses-te que sim
com um beijo, negas-te o meu eros
A psyche ficou sem uma asa,
E a rosa fechou-se no coração.

zianne

quarta-feira, maio 11, 2005

Look into the mirror
I see a girl that ran away
I see a woman so in love...
I see a tear that you betray
looking at my hands
and I think they could toutch you
looking at my arms and legs
and I see they could embrace you
Among the night,
when I see us buth alone,
I think to myself...
Why can't we both be alone, standing side by side?
Tu és o meu companheiro mais querido
na penumbra da noite
em que roubamos as estrelas
e beijamos a lua
minha face encostada à tua
na madrugada com que vencemos o dia,
és dia sem fim
e noite sem começo
teu amor não tem preço
faz tuas as minhas palavras
quebra o silêncio
dos corpos gelados,sozinhos
pois ainda não descobris-te a beleza de nos amar-mos.

Zianne