segunda-feira, março 14, 2005

Uma relaçao não é prendermo-nos,
É libertarmo-nos juntos
E eu juro...
Estou perdidamente a precisar de ti
Para cuidar do meu jardim
Ouve os céus que te chamam
Tira a tua capa
E entrega-ma para eu me agasalhar
Por que eu preciso da tua capa
Para das minhas rosas cuidar
E entre elas chorar
E rir nessa selva amarga
Em que nos rebolamos
Eu adoro-te
Aceita esta dádiva
E não a trates como se ela fosse
O meu pesadelo.
Porque senão uma a uma
As rosas iram desmaiar
E ficar a faltar.
Será que alguém me vai ajudar a cantar esta cançao
E entoar esta prece?
Ouvi as crianças a chorar
E a perguntar o que aconteceu ao meu jardim
Ajuda-me a cuidar dele
Antes que as rosas se deixem consumir
Por um fogo
Que não é saciado.
Olho para a ponta do cigarro
e vejo a vida a consumir-se e vejo o que não fiz
que fazemos com este jardim que plantamos?
O que é que nos passou ao lado?
Whatever happen to my garden of black roses?
They said a stranger treated them wrong
Eu rezo por mim e por ti
Este sol e a chuva por dentro
O céu esta a chorar
O meu céu vazio
Sem estrelas
Sem luar,
Nublado
Como a minha visão cega
que só te ve a ti
Na ausência do meu ser
Preciso de ajuda para cuidar do meu jardim
E entrar nesta selva

domingo, março 06, 2005

Bate a porta do castelo
e não me ves mais
Bate a porta do castelo e fico lá longe
ensina-me a sair desta torre
pelo meu próprio pé, pela tua mão
ensina-me a caminhar na floresta escura
por favor... onde tudo pode acontecer
porque eu só conheço todos os meus sonhos
nada mais,
e sinto a vida a escorrer em mim,
os desejos a passarem-me ao lado
e nao serem concretizados
quero-te pelo menos a ti
Principe d'outro castelo
Quero-te porque só tu podes ser salvo por mim
e só tu me podes ensinar o que é ser eu.
Doce tempestade
Doce gato que se passeia em mim
olhinhos rasgados
à descoberta do que não se pode ver
gatos brincalhões
somos nós debaixo dos colchões,
quando fugimos das prisões
dos megalitos urbanos
caixas imutaveis onde fixamos o nosso destino
e rasgamos a vontade
e ocasionalmente esses caixotes sem luz
são trespassados pela miriade do arco iris
suspiro, porque uma luminosidade a que não estava habituada
roçou a minha escuridao
e encontrei-te desfeito nas minhas folhas de papel
dança, dança entre miriades nos telhados
lindo gato, que te esguias, que foges
mas que vens passear-te em mim à noite
Para quê pergunto eu? E continuas na tua eterna mudez
de quem sabe tudo, e no entanto nada
porque tu tens esse vidro quebradiço nos olhos
duas janelas impenetraveis, para o teu mundo
a terra do nunca, porque nunca vou entrar nela
a menos que canes para mim a melodia do teu corpo
a sorrir e a dizer que precisas de mim
para te afagar o corpo flutuante
e aconchegar-te numa toca forjada por sonho e sombra
nas curvas quentes do meu corpo...
Já sinto a tua falta, ainda antes de te ter acariciado a face lunar
Um escuro bate as horas
dentro desta solidão
uma chuvinha miuda marca o compasso
que cinza melancolica nos enconbre os rostos
que abismos amargos em que nos escondemos...
quando nos podiamos encontrar.
só te posso dizer a palavra tatuada no meu útero
é uma palavra mágica que não te posso revelar,
ficará imortalizada, Em ti, em mim, em nós, em voz
Aos deuses decerto pareço uma criança
abandonada e sozinha
num mudno de horror
cenario macabro
em que me deixas-te encerrada em incertezas
d'um silencio caprichoso e sozinho
desmedido e perigoso
esse teu silêncio é o meu veneno
mas eu tenho que me alimentar nesta selva amarga
onde orquideas morrem
eras definham
e eu choro sentada neste tronco
de árvore mórbido, a definhar, meio partido
como as minhas lágrimas que quebram em gelo
antes de chegar ao chão
És sonho e noite
e de dia o meu pesadelo
porque esse olhar gélido, prendeu-me
aqui nesta selva amarga e fiquei condenada a um sorriso
que já não consegue sorrir.

Quero umas asas como as tuas

Quero umas asas como as tuas
para voar para essa terra onde habitas,
esse mundo só teu, que cheira a rosas
que não me mostras
Ainda te dói quando acaricio as cicatrizes?
Gosto tanto do teu sorriso,
e do teu olhar disfaçado
Quando me fazes tu umas asas com açucar
e caudas de pirilampos,
para eu voar contigo
para esse mundo só teu
onde me podias mostrar os esconderijos e tesouros favoritos
onde podiamos descobrir que nunca iamos morrer, morrendo um no outro...

zianne

cada olhar

Esta incerteza mata-me
mas é o que me faz levantar do leito
o que entrou nos meus sonhos à noite e me disse que existias?
só falta escorrerem lágrimas por não te ver
cada olhar com a sua pergunta...
cada olhar com a sua ternura...
Eu adoro-te e tu detestas-te
Porque? Deixa-me beijar essas cicatrizes
e levar-te de volta à terra do nunca, meu anjo...

Ridiculamente só tua

sei que pareço ridicula
a olhar credulamente para as estrelas
e a imaginar-nos juntos
sei que pareço ridicula quando os meus silencios
dizem tudo o que posso e não consigo dizer
quando a unica coisa que comunica é este olhar estúpido e ingénuo
só tu me fazes sentir ridicula e insignificante
uma peça no teu jogo de xadrez
só tu meu mais odiado
pois só odiamos aqueles que amamos
só tu, minha flor caída em tardes de outono
e manhãs de inverno,
Só tu lua de verão, vento de primavera...
Só tu a estrela mais brilhante sem nome,
nesse indigo céu vazio, como meu corpo e alma sem ti

ziänne