quinta-feira, julho 14, 2005

A morte amou o mundo
por um segundo,
e viu que era bonita,
e não uma velha feia.
A morte amou o mundo,
quando te abraças-te a ela
e te despis-te,
pronto para colocar
2 moedas sobre os olhos.
A morte amou-te
depois de todos te amarem,
mas foi egoísta e levou-te.
A morte amou o mundo
quando respirou a tua vida.
A morte amou,
quando viveu através de ti...
por um segundo,
a morte amou o mundo
e eu não me conheci.

Zianne

Anjos maus

Nas arcadas dos prédios em ruínas
Anjos maus patrulham as ruas
sussurando pelas esquinas,
murmurando nas almas nuas...
Fazem tempestade quando batem asas
e deixam chorar o céu
quando lhes caem lágrimas,
os anjos maus escondem-se
pelas arcadas e pelas ruínas
alimentando a ruína
que ruí dentro deles,
guardando arcanas,
fazendo coisas insanas,
Os anjos maus são os renegados
dos teus sonhos,
aqueles que não compreendes
mas que estão lá quando gritas à lua
que estão lá quando não te rendes.
Os anjos maus voam na noite
oscultando e ocultando
os males da grande cidade,
os males deste tempo,
os males da solidão,
De corações sufocados pela razão...
Os anjos maus andam aí
A cheirar flores, a correr com lobos,
a chamar por ti...

Zianne

Perfume

Quem me der ter uma caixa
de imortalizar cheiros
para pode respirar-te
consumir-te ate ao fim
esse teu cheiro,
Quero uma caixinha
com todos os cheiros
de peles
peles de pessoas
umas mais doces,
outras mais amargas,
cheiros sedutores, cheiros vulgares,
cheiros selvagens, cheiros amestrados,
uma caixinha com borboletas
pa encarcerar teu cheiro,
apara eu me perder nele ,
antse da noite chegar...

quarta-feira, julho 06, 2005

Em nome da morte de cada dia

Gotas de orvalho na tua pele
descobriram que viveram
apenasquando as absorves-te
as chamas-te teu sangue
e as choras-te como se
fossem tuas lágrimas,
num ciclo de amor e chuva
vagueamos por aqui
a colher flores sobre o orvalho
dizendo que o amor é eterno
dizendo não a quem nos prende
vivendo para a morte de cada dia
para cada dia valer mais
que a própria morte.

zianne