quinta-feira, novembro 25, 2004

Pra lá do que penso está o que faço
e pra lá do que faço está o que eu sinto
e pra lá do que eu sinto estão os teus olhos
E além todas as manifestações da natureza
um prado verdejante que corre para a montanha
e para o mar
um mar que corre para um mar maior
uma montanha que tenta alcançar outra montanha
que tenta tocar no sol
e nas estrelas e cometas e coisas do fogo
e para lá do universo
um olhar maior
que sente o que olha
e por isso vê
a que nós mortais
chamamos amor
aquele irmão gémeo da dor.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Quantas são as cores de um sorriso
e os ecos de uma noite estrelada?
Quantos os beijos sussurrados
e os abraços às escondidas?
Do tamanho do meu amor
é a dor que queima
as rosas da paixão
num pilar de versos e loucuras
passadas, assassinadas
por dois pés bem acentes no chão
Dá-me asas quando eu quiser pousar
Chama o meu olhar pra ti
quando a injustiça chegar perto
e roçar os meus cabelos
e eu sentir necessidade de gritar e chorar
Puxa o meu corpo para ti
quando quiser fugir
dos distúrbios da prisão fingida
Sussura o meu nome
com os teus lábios encostados ao meu ouvido
quando me quiseres amar
e eu continuarei a voar.

zianne

sexta-feira, novembro 12, 2004

sabes quando não consegues mais parar
e a tua luz é a incessante chama do olhar
sabes quando não há parte do teu corpo
que não deseje tocar
e quando a qualquer hora
os meus pensamentos navegam
na tua direcção
e o mundo fica suspenso, quieto
imersa a minha memória
nesses olhos negros
que eu nunca vi chorar

Zianne
eu sabia que fazia qualquer coisa por ti
ir até ao fim do mundo e voltar
sem saber por onde tinha andado
sem ter medo de me perder e de me encontrar
fugir de ti
para eternamente a ti regressar
sem receio de cair, de rir ou chorar
porque a minha casa é na tua alma
é o meu o único sitio seguro
mesmo que tenhas os olhos vendados
e não me vejas
eu estou lá
e estou a atrás de ti, ao lado, em cima, em baixo, por dentro
para te segurar
quando caires
e para te erguer quando o tempo chegar.

zianne
Podes correr solto por aí
cheirar todas as flores selvagens
procurar todos os tesouros perdidos
Eu estou aqui a beber água do lago
a ver as estrelasa dar-lhes um nome
o nome dos desejos e das quimeras
Amanhã vou partir
e tu vais comigo
com todos os teus cheiros
as nossas imagens e sons
e todos os teus medos
vão no dorso do meu cavalo
e no entanto vais por aí
continuar a correr livre
com a beleza das coisas selvagens
que não têm nome
como o inominável sentimento no meu peito.

zianne



quinta-feira, novembro 04, 2004

Sob o signo da rosa

prefiro deambular ànoite
quando saem as aves raras
o dia é para os ingénuos
sou senhora da minha liberdade
pelas minhas escolhas
escolho e sou escolhida
e sob o signo da rosa
me escondo
oculta por anos de opressão

zianne